terça-feira, 13 de outubro de 2009

Descaracterização de via na Falésia Vista Áerea

Galera,

Infelizmente venho postar essa notícia lamentável para a ética e desenvolvimento do esporte, mas que é necessário pois há algum tempo está sendo discutido esse assunto mais a fundo, por diferentes pessoas e em diferentes regiões, em especial na região de São Bento do Sapucaí.
O conceito do direito autoral e da pluralidade de estilos, são os termos que foram mais levantados, em diferentes listas de discussões, por diferentes escaladores, que conhecem o termo e a definição ao "pé-da-letra" mas que na hora da verdade, simplesmente ignoram o que defendem para fazer valer seus egos inflados e seu "umbigo gordo".
Bem, vamos aos fatos:
No ano de 2001, eu, o Ralf Cortês e o Filipo, estavamos todos hospedados no alojamento do sr. Eliseu Frechou, em São Bento do Sapucaí.
O Ralf, estava na pilha de abrir umas vias no estilo clean climb, seguindo a tendencia de escalada inglesa, logo disse para ele: sei onde podemos abrir essas vias e fomos para a parede da esquerda da Falésia Vista Áerea - Gonçalves, MG.
Chegando lá, em 1 dia, abrimos 4 vias novas, sem bater uma chapa sequer, entre elas a via Bruxa de Abril, 2001, Rampão e Variante.
Vias estas publicadas no Fator 2 (assim que encontrar a matéria, vou posta-la aqui) e no Guia de Escaladas da Região (autoria do sr. Eliseu Frechou).
Para o meu espanto em matéria publicada no dia 29/07/2009 - Novas Vias na Vista Áerea, no site: http://espnbrasil.terra.com.br/eliseufrechou/, me deparo e reconheço o traçado da linha que já haviamos escalado, com o sr. Eliseu, "conquistando" e alterando as caracteristicas originais da via conquistada em clean climb.
Estive fora do país a trabalho neste periodo, mas sempre com essa pulga atras da orelha, quando voltei novamente a São Bento do Sapucaí, fui verificar esse fato com meus proprios olhos, quando constato na mesma linha que haviamos escalado em 2001, uma chapa reluzente, no crux da linha (E4). Uma mistura de ódio, descrença e revolta me contaminaram na hora, além da repugnação de terem descaracterizado uma linha conquistada no melhor estilo tradicional possível.
Movido por essa junção de sentimentos, entrei na rota para avaliar mais de perto, cheguei até a chapeleta que havia sido colocada, olhei ao seu redor, nada de furos de cliffs e tampouco agarras, o que me levou a concluir que a chapeleta foi adicionada em top-rope ainda; sem muito esforço, tiro a chapeleta na hora, pois estava mal apertada e deixo novamente a via em suas características originais de conquista.
Lamentável esse fato, ainda mais depois dos episodios de ataques pessoais que aconteceram na região, pode-se perceber com esse fato que muitas pessoas que se auto intitulam como melhores do país, como "xerifes" do local, não aceitam novas expressões, novas tendencias de escaladores para o local. Estes tipos, agem de acordo com suas cabeças, distorcendo a etica da comunidade e contribuindo para morosidade do esporte e para a sua involução!!!!
Para mim este fato está encerrado, a via já está com suas caracteristicas originais, só estou postando para informar a todos da comunidade sobre as pessoas que dizem: "Eu sou o cara", pois assim como São Bento está passando por essa transição, outros points passaram por essa mesma dinâmica e enfrentarão acontecimentos parecidos.
Desse modo alerto a todos: antes de conquistar ou equipar uma via, consulte os guias de escalada disponíveis, os escaladores ativos no local, para evitar "equivocos" como o antecido na Vista Áerea.
Boas escaladas
Bruno

domingo, 4 de outubro de 2009

Rio de Janeiro - Tragados pelo tempo

Eu, o Sílvio e o Daniel fomos conferir a linha Tragados pelo Tempo no corcovado no fim de agosto desse ano (2009).





Após 1 semana sem chuvas, vejam a situação da via, rs...


Sílvio, o "Coisinha" na 4° enfiada(A3)

Linda e umida a face sul do Corcovado. Otima rocha, solida e aderente, mas para este ano de El Niño e muitas chuvas, a parede fica muito molhada, escorrendo água permanentemente. Os heads estavam todos podres, dificultando e diminuindo as opções para novas colocações, recomendo para as próximas repetições retirar os heads que usarem, assim como fizemos.
Eu, jumareando no início do dia para encarar a 5 cordada, o teto.

Mas a fissura era grande, tocamos para cima, lentamente, batendo heads no musgo e constantemente molhados.
A primeira cordada molhada, variante da conquista (A3+) me consumiu 6 horas de muita paciencia e sintonia com os equipos.
Durmimos a 1° noite nos ledges em P3 e a 2° noite em P6. Devido a nossa demora nas cordadas, no 3° dia estava guiando a 7 cordada, com o final muito sujo para chegar ao plato, no final da cordada, após procurar muito a p7, subir em moitas de capim, fazer diagonais, não encontrei a parada. Conversei com o Daniel e Coisinha e devido estarmos no 3° dia (domingo), faltando ainda 6 cordadas pro cume e a necessidade de trabalhar no dia seguinte, resolvemos descer pela linha de rapel que existe da P6.
Apesar de não termos terminado a via, a curtição foi geral, e a vontade de voltar aumenta a cada momento.
Daniel, na P5

Valeu Daniel e Coisinha!!! Eh noix!!!!