sábado, 25 de julho de 2009

Paleto de Madeira

Ae galera,

segue o croqui da Mal Falada Paleto de Madeira....
via pirata na Pedra do Baú, ainda sem repetição, aguardando para a confirmação do grau A3+ moderno????



Quem quiser mais informações é so entrar em contato, passo os betas das cordadas....

boas escaladas


Em Breve mais um point, Aguardem!!!!!

Eu, na conquista do crux da via Terra de Bananas - 5°sup VIIb A0(8b) E3 - 180 mts

Eu, na conquista do Diedro da Dragão Chines (VIIIa) - 50 mts "no chapas"



Eu, na conquista da via: "Se meu fusca escalasse" (VIIa)


Clean Climbing: Evolução x Pluralidade de estilo

Clean Climbing é um conceito relativamente novo na escalada, tendo raízes em alguns locais emblemáticos e conhecidos dos escaladores, entre os principais destacam-se: As agulhas de Arenito na região entre Alemanha e Republica Theca; nos Grit Stones da Inglaterra e no vale do Yosemite.
Trata-se de um estilo de escalada ultramoderno, a interação escalador e meio ambiente é máxima, protege-se, em grande parte dos casos, apenas onde a erosão agiu ao longo dos períodos geológicos, fato este que possibilitou o surgimento da escalada em rocha, pois inúmeros registros das primeiras ascensões em montanhas virgens se deram primeiramente utilizando-se sistemas de chaminé e fissuras nas paredes.
No entanto, o homem moderno desde a revolução industrial tem a tendência em criar mecanismos para auxiliar e em muitos casos facilitar o cotidiano, minimizando esforços e riscos inerentes as atividades desempenhadas. Não se pode negar que as inovações tecnológicas possibilitaram em muitos casos a evolução do homem, o descobrimento de novas fronteiras, conquistas de novos locais, mas e o custo ambiental, ou melhor, como os economistas dizem as externalidades, foram consideradas? É nítido que não! Vê-se o exemplo da utilização de combustíveis fósseis há séculos sem qualquer preocupação com as emissões de Gases do Efeito Estufa, fato este que está gerando um desequilíbrio climático perceptível a todos nós e que tende a se agravar.
Voltando ao ambiente de montanha, as inovações tecnológicas surgiram, com o advento das proteções móveis, principalmente Friends e de proteções fixas (chapeletas e grampos P’s), possibilitando ascensões em faces nunca antes escaladas, com sistemas de fendas ou não.
No Brasil, a utilização de equipamentos móveis é algo recente, nas décadas de 70,80 e 90 apenas alguns poucos escaladores possuíam acesso a este tipo de equipamento e os que não possuíam, mas que se simpatizava com o conceito Clean Climbing, fabricava seus próprios equipamentos suas próprias peças.
Em determinados locais, onde se oferecia possibilidades de colocações através de fissuras foram feitas as primeiras ascensões sem a utilização de equipamentos móveis, isto nas décadas de 70 e 80 principalmente com a utilização de proteções fixas. A realidade da época era totalmente diferente da existente hoje, não existia a infinidade de proteções móveis existentes atualmente, portanto não se podem criticar os conquistadores pela opção tomada há 20-30 anos e sim agradecê-los pela iniciativa da conquista e pela contribuição ao esporte.
Recentemente, na região de São Bento do Sapucaí, em especial a Fissura Chove e não Molha antiga conquista do CAP do inicio da década de 80 foi palco de polêmica. Esta linda fenda foi grampeada na sua primeira ascensão, apesar da possibilidade em realizá-la totalmente em móveis, ok! Como já explicado anteriormente, outra época, outros pensamentos, seus conquistadores serão eternamente lembrados pela primeira ascensão na rota.
No entanto a polêmica consistia do fato em regrampea-la ou não. Eu sempre fui contra as suas chapeletas velhas e quando fui questionado a respeito desse fato, expressei a minha opinião, disse que era preferível manter as proteções fixas velhas (pelo fato histórico) do que retirá-las e colocar novas proteções fixas, grande parte dos escaladores tinham consciência de que as proteções fixas não agüentariam quedas e todos escalavam a via utilizando proteções móveis.
Foi quando para o meu espanto, a via em um belo dia estava regrampeada pela iniciativa de alguns escaladores, sem nenhuma consulta ao restante da comunidade, sem ter ocorrido qualquer discussão a respeito desse fato e o maior agravante, sem ter sido consultado os conquistadores da rota, foi lamentável o ocorrido. Além de que a regrampeação ocorreu em locais diferentes das antigas proteções.
Bem, aconteceu o seminário de mínimo impacto na região da Pedra do Baú, por expressar minha opinião fui fortemente criticado pelas mesmas forças que regrampearam a rota, triste este fato, pois estas mesmas críticas saíram do campo do montanhismo e tinham o cunho pessoal!
Resolveram então consultar os conquistadores de fato da rota para escutar as suas opiniões e, infelizmente, pediram que fosse mantido as características originais da via, "putz", mas e a evolução do esporte, como fica? Segundo, especialistas no assunto, é preferível que o direito autoral da via seja respeitado... algo no mínimo questionável!
Bem, voltando à história dos adventos tecnológicos criados pelo homem, as chapeletas e proteções fixas são sem dúvida alguma imprescindíveis para a ascensão em diversos lugares, assim como a queima de combustíveis fósseis em alguns processos inerentes a sobrevivência do homem. Mas se o ritmo de utilização insustentável dos derivados de petróleo se manter, em menos de 100 anos a temperatura do planeta Terra irá subir 7°C, fato este que será suficiente para acabar com grande parte da população mundial e alterar em muito o estilo de vida do homem moderno.
E a utilização de chapeletas irão perguntar o que tem a ver com o clima? Realmente, nada, apenas quero demonstrar que atitudes tomadas no passado por mais importante que tenham sido para a evolução humana, não podem ser tomadas novamente com o risco de extinção da nossa raça. Desse modo, utilizar novamente proteções fixas onde existe a possibilidade de colocações móveis, não é uma atitude que contribui para a evolução do esporte, tampouco, para a filosofia do clean climbing que muitos dizem ser seguidores, mas apenas com palavras e não com atitudes.
Assim sendo, vale a pena utilizar o conceito do direito autoral para estes casos? Eu, particularmente, creio que não! Acho que este fato deveria ter sido amplamente discutido pela comunidade, com calma e da melhor maneira possível; não “a toque de caixa” para chegar a uma conclusão precipitada e demonstrar os resultados obtidos e sem a anuência dos principais freqüentadores da rota.
Muitos dizem que a pluralidade de estilos deve sobressair, concordo, todos possuem seu espaço, deve haver chances a todos para a escalada. Mas e o custo dessa pluralidade? É diminuir as opções de clean climb do local?
Bem, a meu ver esta discussão não houve ganhadores e sim perdedores, como a Escalada Limpa, esta sim perdeu em muito pela atitude tomada que vai contra as novas tendências mundiais. Devemos voltar as nossas raízes, contribuindo localmente para um mundo sustentável com atitudes novas que tragam benefícios éticos para o nosso esporte, não estou propondo o banimento das proteções fixas e sim a sua utilização correta.
Portanto antes de bater uma chapeleta onde existe a possibilidade de colocações móveis, pense a respeito!

Boas escaladas!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sombra e Escuridão

Após termos iniciado esta via 3 anos atrás, fomos eu e o Braga terminar esta conquista.
Haviamos conquistado 2 cordadas na primeira investida e pelos nossos cálculos mais 2 enfiadas estariamos no cume.


1° Cordada:

Esportivo de parede, sai da base fazendo alguns lances de 7°a e chega no 1°P da cordada, as agarras diminuem, mas com equilíbrio e usando a sapa da maneira correta, alcança o 2° e 3° P's da cordada, desse grampo, segue sentindo a um pequeno plato onde após domina-lo, protege-se com um camalot #0.75 na fenda da direita (importante usar costura grande) antes de fazer a travessia para o 4° P da cordada, protege ele e segue tendendo para a esquerda até alcançar o 5°P da cordada. A partir da quinta proteção fixa, o grau em livre sobe consideravelmente, sendo um possível 9°a, o qual pode ser feito em artificial de cliffs de agarra e buracos (A0).


2° Cordada:

Sai da base e logo protege-se em um móvel, segue sentido cresta oeste do Baú, protege em 1 chapa e mantem-se na cresta, após proteger em uma fenda horizontal, segue tendendo para esquerda sentido pequena arvore e plato, desviando da vegetação existente na parede, passa a base de rapel na beira do plato e toca para a face Sul do Baú, onde tem a P2 mista abaixo da fenda que atravessa o teto.



3° Cordada:

Fenda linda e sólida, com muitas colocações boas A2 e com forte possibilidade de ser feita em livre, algo em torno de 9°b/c, após a fenda sai em 4 furos de cliff até a 2° chapa da cordada. Dessa chapa segue por balcões e agarras abaoladas (VIIa/b) até a base, onde literalmente o vento faz a curva no Baú.


4° Cordada:

Bonita, exigente e com lances emocionantes ao melhor estilo da escalada em aventura, lembrando muito algumas cordadas do Garrafão.
Esta cordada foi conquistada sem batedor, o que haviamos levado havia nos deixado na mão, levamos a furadeira, com a bateria possuindo autonomia de 6 furos de 10mm, após a 6° chapa batida e sem possibilidades de bater mais nada, faltando ainda uns 15 mts pro cume, mirei uma canaleta de mato que possivelmente levaria para algumas árvores do cume, com sorte consegui proteger na canaleta e quando a corda já estava acabando cheguei em uma árvore que fixei a corda para o Braga subir.


Semana de Escaladas

Esta semana após um longo periodo de trabalho, conquistando novas vias na região, o Junior veio para São Bento do Sapucaí para escalarmos algumas rotas.

2° Feira:
Logo propus de entrarmos em uma nova via recem aberta pelo Renatinho e pelo Beto "Capacete" a via "Noia de Cão" e de linkarmos na Gregos e Troianos, na Learning to Fly, na Anormal e por fim na Pássaros, o que ficou bem interessante e foi muita curtição, foram ao todo 7 cordadas da base do Baú até o cume.
Quero parabenizar os conquistadores por essa conquista, ficou bem interessante e tem muito a agregar para o local onde foi aberta.
A via sai do chão e logo na 2° chapa tem o crux da via, creio ser um 7°a o lance e após alguns lances de equilibrio acessa uma fenda onde se protege muito bem com friends, é bom caprichar nas peças pois o esticão para a base é audacioso. Achei por alguns instantes que havia perdido a base e já estava mirando umas árvores para parar, mas, ufa, encontrei a base depois de mais de 10 metros de um IV grau sem possibilidades de colocação.
Fizemos uma pequena cordada para acessar o plato que sai a Gregos e Troianos, onde o Junior guiou a 1° enfiada, eu guiei a 2° até a base do diedro da Learning.
O Junior me deu a honra de guiar o diedro da Learning, havia me esquecido como legal ele é, fazia tempo que não entrava nele, estiquei até a base da Anormal a qual o Junior guiou tranquilamente.
Para finalizar, apesar do frio e do vento que incomodavam um pouco fizemos a Pássaros e felizmente chegamos ao cume sendo os unicos a contemplar o lindo dia de inverno que fazia na região.

3°Feira:
Tinha uma pendência em conhecer a Serra do Pedrão em Pedralva, aproveitando a parceria do Junior, propus fazermos a via clássica do local a Evolução.
Muito bacana a rota, inteira em proteções fixas, fizemos grande parte dela em simultâneo, com exceção da enfiada antes e depois do tal forninho.......e após muito calor na parede, chegamos ao cume literalmente cozidos pelo sol, haviamos optado em rapelar e após 7 rapéis de 50 mts estavamos na base da via.

4° Feira:
Descanso, descanso...... fomos tomar mate na cachoeira do Serrano e fazer uma visita ao Milton que serve o melhor chopp e cachaça da cidade, está em novo local (antigamente era conhecido como Bar Priscila) agora virou Bar do Milton na Rua de baixo da principal, local obrigatorio de parada após as escaladas........

5° Feira:
Previsão de chuva para este dia a noite, então fomos fazer uma força e gastar tudo que temos na Pedra da Divisa.
Entramos na Panico, Kalymaya, Quem Mandou não estudar e Comunista, após alguns meses sem ir a um setor esportivo a resistencia já não é a mesma.
Assim que escureceu veio a chuva fora de época novamente, tema este que irei abordar em breve no blog: " O Efeito e a consequencia das mudanças climáticas"

A Invasão do Sagaz Homem Fumaça

A Invasão do Sagaz Homem Fumaça D4 6° VIIb (A2) E3, 210m
Por: Bruno Matta e Rodrigo Vasconcellos “Braga”


Foi conquistada entre o final de Junho e inicio de Julho esta nova rota no Bauzinho, com 210 metros aproximados de extensão, ela apresenta lances audaciosos, exigentes, complexos e comprometedores divididos em 6 cordadas de pura emoção e diversão. É um prato cheio para quem gosta de escalada e aventura.
1° cordada:
Ela sai logo a esquerda do diedro inicial da Neurônios Fritos, em alguns lances de aderência e logo alguns metros do chão, você protege em uma chapa e manda um lance de equilíbrio (Vsup), alcança uma fissura na sua direita, protege bem com alguns móveis e após um esticão tranqüilo, chega na 2° chapa da via, logo abaixo de uma pequena barriga, antes de vira-la, você protege alto com um friend pequeno-médio e sai segurando em algumas ranhuras da rocha, protegendo da melhor maneira possível, toca para um pequeno diedro que tende para direita.
Neste mini diedro, protege-se razoavelmente bem e faz uma virada de outra barriga (VI) para a sua esquerda, protege novamente e sai tocando em sentido da 3° chapa da cordada. Após a 3° proteção fixa da cordada, estica sentido uma fissura que inicia na vertical e depois vai para a horizontal abaixo do platô de mato, protege-se bem nessa fissura e domina o platô em um lance de trepa mato.
2° cordada:
Esta cordada é cheia de surpresas, sai da base mista (grampo P e móveis) protegendo com alguns friends pequenos e ao domínar o batente (Vsup), protege-se com um offset e toca para a 1° chapa da cordada. Nesta chapa surge um lance de regletes bem interessante até depois da 2° chapa (VIIa), onde só dá uma aliviada quando você segura na laca.
Apesar da aparência e do barulho de oca, está super sólida, tendo sido bem testada na conquista, protege-se com uma nut grande e Power, entra em um lance bem delicado de equlíbrio e reglets (VIIb) até a 3° chapa da cordada. Faz um pequeno contorno de uma barriga pela esquerda e costura a 4° chapa da cordada, neste lance (VIIa) quem prestar a atenção nos pés da direita estará salvo e quando menos espera pega um buraco e protege com um camalot #1 a prova de bomba, vai tocando sentido fenda horizontal, assim que acessa a fissura a diversão começa, toca apenas em móveis até a base do grande diedro que cruza a parte inferior do teto do Bauzinho.

3° cordada:
Um presente para o complexo, 30 metros inteiros em móvel de tirar o fôlego, a qualidade da rocha dessa fenda horizontal que cruza o teto do Bauzinho na sua parte inferior é impressionante. Sai da base e protege muito bem no diedro, faz o crux da cordada, uma pequena travessia para a direita para alcançar a outra fenda (VI sup), assim que acessa essa fenda é pura curtição, rocha sólida e com possibilidades de colocações a cada instante, filé esta cordada.

4° cordada:
A qualidade da rocha é impressionante, com muitas possibilidades de colocações, domina uma pequena barriga em artificial com peças bombásticas, pega uma fenda uma diagonal para a direita e quando surge à possibilidade sai em cliffs de agarra e buracos, sentido fendão no teto. Antes de entrar no negativo do teto, protege em uma chapa.
Com muitas agarras e fendas sólidas, segue tocando no negativo até alcançar a 2° chapa da cordada, estando totalmente aéreo, segue pela fenda que cruza o teto, e assim que vira protege na 3° chapa da cordada, tocando em furos de cliffs até a P4. Esta enfiada apresenta muita possibilidade de ser feita em livre, um possível 9b/c, tendo sido os lances ensaiados, as proteções móveis são a prova de bomba e a negatividade da parede permite voar a vontade.

5° cordada:
Ainda na parte negativa da parede, sai da base e costura uma chapa, manda um lance com agarras solidas e levemente negativo (VIIa), protege a 2° chapa e domina um pequeno platô, protege-se a 3° chapa e a 4° em lances ainda delicados (VI) e toca sentido diedro. Este diedro é muito sólido e com ótimas colocações, é quase uma dádiva, tendo se mantido intocados nestes últimos anos, é bem visual e tranqüilo (V), segue nele até o platô de mato e um pouco antes de dominar o platô, desvia-se dos blocos soltos pela direita e chega na P5.
6° cordada:
Inteira em proteções móveis, sai da base e mira um diedro, logo acima (uns 20 mts), protege da melhor maneira possível até chegar nele e quando chega nele,só diversão com proteções a prova de bomba. Toca pro cume e quando chega à vegetação segue para a direita sentido base final da Neurônios a qual utilizamos para finalizar a esta nova via. Trocamos uma das proteções antigas de rebite por uma chapa com bolt.
Resultado melhor não podia ser esperado, 2 cordadas totalmente em móvel, uma cordada em artificial e as outras 3 cordadas mistas. Está pensando em entrar nela quando?

Boas escaladas