sábado, 13 de março de 2010

Pensamento

"As noites passadas na montanha são as melhores recordações do montanhista, mas as que duram mais e muitas vezes as melhores são os bivacs sob intemperies e em baixo das estrelas"
(Gaston Rebuffat, 1921-1985)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Argentina - Parte 1 - Frey

Argentina, Bariloche, Frey





Por do sol do Lago Gutierrez



A Argentina está sendo uma otima opçao para os brazucas, com 1 real valendo 2 pesos, a trip fica bem economica, além da indiscutivel qualidade das escaladas.


Cheguei em Bariloche no dia 12 de dezembro, após agilizar os suprimentos, subi para o refugio El Frey, local manerissimo mesmo, astral demais!

Hoje, dia 28 estou em Bariloche novamente e indo para Chalten, prometo que assim que voltar para o Brasil posto uma materia com dicas e com mais detalhes da trip.

Enquanto isso, algumas fotinhos maneiras da trip.

Boas escaladas

Bruno
























terça-feira, 13 de outubro de 2009

Descaracterização de via na Falésia Vista Áerea

Galera,

Infelizmente venho postar essa notícia lamentável para a ética e desenvolvimento do esporte, mas que é necessário pois há algum tempo está sendo discutido esse assunto mais a fundo, por diferentes pessoas e em diferentes regiões, em especial na região de São Bento do Sapucaí.
O conceito do direito autoral e da pluralidade de estilos, são os termos que foram mais levantados, em diferentes listas de discussões, por diferentes escaladores, que conhecem o termo e a definição ao "pé-da-letra" mas que na hora da verdade, simplesmente ignoram o que defendem para fazer valer seus egos inflados e seu "umbigo gordo".
Bem, vamos aos fatos:
No ano de 2001, eu, o Ralf Cortês e o Filipo, estavamos todos hospedados no alojamento do sr. Eliseu Frechou, em São Bento do Sapucaí.
O Ralf, estava na pilha de abrir umas vias no estilo clean climb, seguindo a tendencia de escalada inglesa, logo disse para ele: sei onde podemos abrir essas vias e fomos para a parede da esquerda da Falésia Vista Áerea - Gonçalves, MG.
Chegando lá, em 1 dia, abrimos 4 vias novas, sem bater uma chapa sequer, entre elas a via Bruxa de Abril, 2001, Rampão e Variante.
Vias estas publicadas no Fator 2 (assim que encontrar a matéria, vou posta-la aqui) e no Guia de Escaladas da Região (autoria do sr. Eliseu Frechou).
Para o meu espanto em matéria publicada no dia 29/07/2009 - Novas Vias na Vista Áerea, no site: http://espnbrasil.terra.com.br/eliseufrechou/, me deparo e reconheço o traçado da linha que já haviamos escalado, com o sr. Eliseu, "conquistando" e alterando as caracteristicas originais da via conquistada em clean climb.
Estive fora do país a trabalho neste periodo, mas sempre com essa pulga atras da orelha, quando voltei novamente a São Bento do Sapucaí, fui verificar esse fato com meus proprios olhos, quando constato na mesma linha que haviamos escalado em 2001, uma chapa reluzente, no crux da linha (E4). Uma mistura de ódio, descrença e revolta me contaminaram na hora, além da repugnação de terem descaracterizado uma linha conquistada no melhor estilo tradicional possível.
Movido por essa junção de sentimentos, entrei na rota para avaliar mais de perto, cheguei até a chapeleta que havia sido colocada, olhei ao seu redor, nada de furos de cliffs e tampouco agarras, o que me levou a concluir que a chapeleta foi adicionada em top-rope ainda; sem muito esforço, tiro a chapeleta na hora, pois estava mal apertada e deixo novamente a via em suas características originais de conquista.
Lamentável esse fato, ainda mais depois dos episodios de ataques pessoais que aconteceram na região, pode-se perceber com esse fato que muitas pessoas que se auto intitulam como melhores do país, como "xerifes" do local, não aceitam novas expressões, novas tendencias de escaladores para o local. Estes tipos, agem de acordo com suas cabeças, distorcendo a etica da comunidade e contribuindo para morosidade do esporte e para a sua involução!!!!
Para mim este fato está encerrado, a via já está com suas caracteristicas originais, só estou postando para informar a todos da comunidade sobre as pessoas que dizem: "Eu sou o cara", pois assim como São Bento está passando por essa transição, outros points passaram por essa mesma dinâmica e enfrentarão acontecimentos parecidos.
Desse modo alerto a todos: antes de conquistar ou equipar uma via, consulte os guias de escalada disponíveis, os escaladores ativos no local, para evitar "equivocos" como o antecido na Vista Áerea.
Boas escaladas
Bruno

domingo, 4 de outubro de 2009

Rio de Janeiro - Tragados pelo tempo

Eu, o Sílvio e o Daniel fomos conferir a linha Tragados pelo Tempo no corcovado no fim de agosto desse ano (2009).





Após 1 semana sem chuvas, vejam a situação da via, rs...


Sílvio, o "Coisinha" na 4° enfiada(A3)

Linda e umida a face sul do Corcovado. Otima rocha, solida e aderente, mas para este ano de El Niño e muitas chuvas, a parede fica muito molhada, escorrendo água permanentemente. Os heads estavam todos podres, dificultando e diminuindo as opções para novas colocações, recomendo para as próximas repetições retirar os heads que usarem, assim como fizemos.
Eu, jumareando no início do dia para encarar a 5 cordada, o teto.

Mas a fissura era grande, tocamos para cima, lentamente, batendo heads no musgo e constantemente molhados.
A primeira cordada molhada, variante da conquista (A3+) me consumiu 6 horas de muita paciencia e sintonia com os equipos.
Durmimos a 1° noite nos ledges em P3 e a 2° noite em P6. Devido a nossa demora nas cordadas, no 3° dia estava guiando a 7 cordada, com o final muito sujo para chegar ao plato, no final da cordada, após procurar muito a p7, subir em moitas de capim, fazer diagonais, não encontrei a parada. Conversei com o Daniel e Coisinha e devido estarmos no 3° dia (domingo), faltando ainda 6 cordadas pro cume e a necessidade de trabalhar no dia seguinte, resolvemos descer pela linha de rapel que existe da P6.
Apesar de não termos terminado a via, a curtição foi geral, e a vontade de voltar aumenta a cada momento.
Daniel, na P5

Valeu Daniel e Coisinha!!! Eh noix!!!!

sábado, 25 de julho de 2009

Paleto de Madeira

Ae galera,

segue o croqui da Mal Falada Paleto de Madeira....
via pirata na Pedra do Baú, ainda sem repetição, aguardando para a confirmação do grau A3+ moderno????



Quem quiser mais informações é so entrar em contato, passo os betas das cordadas....

boas escaladas


Em Breve mais um point, Aguardem!!!!!

Eu, na conquista do crux da via Terra de Bananas - 5°sup VIIb A0(8b) E3 - 180 mts

Eu, na conquista do Diedro da Dragão Chines (VIIIa) - 50 mts "no chapas"



Eu, na conquista da via: "Se meu fusca escalasse" (VIIa)


Clean Climbing: Evolução x Pluralidade de estilo

Clean Climbing é um conceito relativamente novo na escalada, tendo raízes em alguns locais emblemáticos e conhecidos dos escaladores, entre os principais destacam-se: As agulhas de Arenito na região entre Alemanha e Republica Theca; nos Grit Stones da Inglaterra e no vale do Yosemite.
Trata-se de um estilo de escalada ultramoderno, a interação escalador e meio ambiente é máxima, protege-se, em grande parte dos casos, apenas onde a erosão agiu ao longo dos períodos geológicos, fato este que possibilitou o surgimento da escalada em rocha, pois inúmeros registros das primeiras ascensões em montanhas virgens se deram primeiramente utilizando-se sistemas de chaminé e fissuras nas paredes.
No entanto, o homem moderno desde a revolução industrial tem a tendência em criar mecanismos para auxiliar e em muitos casos facilitar o cotidiano, minimizando esforços e riscos inerentes as atividades desempenhadas. Não se pode negar que as inovações tecnológicas possibilitaram em muitos casos a evolução do homem, o descobrimento de novas fronteiras, conquistas de novos locais, mas e o custo ambiental, ou melhor, como os economistas dizem as externalidades, foram consideradas? É nítido que não! Vê-se o exemplo da utilização de combustíveis fósseis há séculos sem qualquer preocupação com as emissões de Gases do Efeito Estufa, fato este que está gerando um desequilíbrio climático perceptível a todos nós e que tende a se agravar.
Voltando ao ambiente de montanha, as inovações tecnológicas surgiram, com o advento das proteções móveis, principalmente Friends e de proteções fixas (chapeletas e grampos P’s), possibilitando ascensões em faces nunca antes escaladas, com sistemas de fendas ou não.
No Brasil, a utilização de equipamentos móveis é algo recente, nas décadas de 70,80 e 90 apenas alguns poucos escaladores possuíam acesso a este tipo de equipamento e os que não possuíam, mas que se simpatizava com o conceito Clean Climbing, fabricava seus próprios equipamentos suas próprias peças.
Em determinados locais, onde se oferecia possibilidades de colocações através de fissuras foram feitas as primeiras ascensões sem a utilização de equipamentos móveis, isto nas décadas de 70 e 80 principalmente com a utilização de proteções fixas. A realidade da época era totalmente diferente da existente hoje, não existia a infinidade de proteções móveis existentes atualmente, portanto não se podem criticar os conquistadores pela opção tomada há 20-30 anos e sim agradecê-los pela iniciativa da conquista e pela contribuição ao esporte.
Recentemente, na região de São Bento do Sapucaí, em especial a Fissura Chove e não Molha antiga conquista do CAP do inicio da década de 80 foi palco de polêmica. Esta linda fenda foi grampeada na sua primeira ascensão, apesar da possibilidade em realizá-la totalmente em móveis, ok! Como já explicado anteriormente, outra época, outros pensamentos, seus conquistadores serão eternamente lembrados pela primeira ascensão na rota.
No entanto a polêmica consistia do fato em regrampea-la ou não. Eu sempre fui contra as suas chapeletas velhas e quando fui questionado a respeito desse fato, expressei a minha opinião, disse que era preferível manter as proteções fixas velhas (pelo fato histórico) do que retirá-las e colocar novas proteções fixas, grande parte dos escaladores tinham consciência de que as proteções fixas não agüentariam quedas e todos escalavam a via utilizando proteções móveis.
Foi quando para o meu espanto, a via em um belo dia estava regrampeada pela iniciativa de alguns escaladores, sem nenhuma consulta ao restante da comunidade, sem ter ocorrido qualquer discussão a respeito desse fato e o maior agravante, sem ter sido consultado os conquistadores da rota, foi lamentável o ocorrido. Além de que a regrampeação ocorreu em locais diferentes das antigas proteções.
Bem, aconteceu o seminário de mínimo impacto na região da Pedra do Baú, por expressar minha opinião fui fortemente criticado pelas mesmas forças que regrampearam a rota, triste este fato, pois estas mesmas críticas saíram do campo do montanhismo e tinham o cunho pessoal!
Resolveram então consultar os conquistadores de fato da rota para escutar as suas opiniões e, infelizmente, pediram que fosse mantido as características originais da via, "putz", mas e a evolução do esporte, como fica? Segundo, especialistas no assunto, é preferível que o direito autoral da via seja respeitado... algo no mínimo questionável!
Bem, voltando à história dos adventos tecnológicos criados pelo homem, as chapeletas e proteções fixas são sem dúvida alguma imprescindíveis para a ascensão em diversos lugares, assim como a queima de combustíveis fósseis em alguns processos inerentes a sobrevivência do homem. Mas se o ritmo de utilização insustentável dos derivados de petróleo se manter, em menos de 100 anos a temperatura do planeta Terra irá subir 7°C, fato este que será suficiente para acabar com grande parte da população mundial e alterar em muito o estilo de vida do homem moderno.
E a utilização de chapeletas irão perguntar o que tem a ver com o clima? Realmente, nada, apenas quero demonstrar que atitudes tomadas no passado por mais importante que tenham sido para a evolução humana, não podem ser tomadas novamente com o risco de extinção da nossa raça. Desse modo, utilizar novamente proteções fixas onde existe a possibilidade de colocações móveis, não é uma atitude que contribui para a evolução do esporte, tampouco, para a filosofia do clean climbing que muitos dizem ser seguidores, mas apenas com palavras e não com atitudes.
Assim sendo, vale a pena utilizar o conceito do direito autoral para estes casos? Eu, particularmente, creio que não! Acho que este fato deveria ter sido amplamente discutido pela comunidade, com calma e da melhor maneira possível; não “a toque de caixa” para chegar a uma conclusão precipitada e demonstrar os resultados obtidos e sem a anuência dos principais freqüentadores da rota.
Muitos dizem que a pluralidade de estilos deve sobressair, concordo, todos possuem seu espaço, deve haver chances a todos para a escalada. Mas e o custo dessa pluralidade? É diminuir as opções de clean climb do local?
Bem, a meu ver esta discussão não houve ganhadores e sim perdedores, como a Escalada Limpa, esta sim perdeu em muito pela atitude tomada que vai contra as novas tendências mundiais. Devemos voltar as nossas raízes, contribuindo localmente para um mundo sustentável com atitudes novas que tragam benefícios éticos para o nosso esporte, não estou propondo o banimento das proteções fixas e sim a sua utilização correta.
Portanto antes de bater uma chapeleta onde existe a possibilidade de colocações móveis, pense a respeito!

Boas escaladas!